10.02.2003
O senhor Joaquim chega em casa e fecha seu guarda-chuva. Limpa os ferimentos de pedras pelo seu corpo e aplica sua injeção de relaxamento: estava em casa!
- Querida, cheguei! A chuva de meteoros está terrível lá fora, um horror! Imagino os pobres mutantes vagando pela rua pedindo alguma comida enlatada aos lixos eletrônicos! Os que não têm a pele mais dura geneticamente devem estar todos mortos! Amor, você está aqui no quarto...?
Joaquim se depara com sua mulher nua sobre a cama desarrumada. Sua face denuncia as horas de prazer que acabou de ter e o corpo o cansaço de uma maratona sexual. Ao seu lado, uma placa de circuitos expostos, ligada à tomada.
- Manoela! Você está me traindo com o porteiro eletrônico? – falou calmamente Joaquim, enquanto pegava uma injeção de adrenalina em sua pasta.
Ambos não se entenderam até o efeito da injeção de adrenalina passar, quando o marido concordou em negociar. Pegou o corpo extasiado da mulher do chão, colocou sobre a cama e começaram os três a conversar. Entre formigamentos e carícias em chips, acabaram se entendendo em um menage violento e prazeroso.
No final das contas, Manoela foi mandada pra fora porque a borracha não agüentou toda a pressão. Vive até hoje com os mutantes. Joaquim e o porteiro eletrônico compraram um negão superdotado e dividiram as despesas da cirurgia de mudança de sexo, mas agora para Joaquim. Vivem os três no mesmo sítio, muito satisfeitos, pois, além de tudo, o negão é ligado a um fio terra.