segunda-feira, dezembro 04, 2006

Medos I

Após risos compartilhados e encontros sem resultados me encantei e a quis para mim. O que é muito complicado num momento de incertezas, em que o resultado de uma vida se confronta com uma outra vida que quer começar. O longo processo de auto-destruição criou inúmeras peças desagregadas e com frio, procurando se acolher numa nova estrutura, ainda sem forma e ainda frágil. Esse novo arranjo, entretanto, ainda repete os vícios e movimentos, agora desarticulados, do antigo e é assim, mais frágil e mais quebradiço.
Chega nesse momento tal incrível criatura, apavorante nos olhos da nova vida nua, que é perigosamente receptiva, que é facilmente desestruturada. Novos olhos incertos do que vêem, que querem ver mas não reconhecem o que se apresenta. Frente a ela há o pavor do desejo misturado à iminência da rejeição. Os vícios agem e a estrutura desaba sobre todos em volta. Qual sua reação? Só os olhos respondem.
Serão abraços e sorrisos uma feliz esperança ou uma masoquista ilusão? Serão as ausências um sinal do que significo? Se for, o significado é bom ou ruim? Ó, medo da entrega. Temo jogar-me em seus braços e não encontrar suporte, despedaçando-me no chão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hormônios, esse manancial de criatividade. Bem-vindo ao clube, mas não vá se perder por aí.